“Introdução
A presente memória descritiva e justificativa refere-se ao pedido de licenciamento administrativo a que se reporta o Artigo 9.º do Decreto-Lei n.º 167/97 de 4 de Julho, com a redacção dada pelo Decreto-Lei n.º 55/02 de 11 de Março, bem como a alínea c), do n.º 2, do Artigo 4.º do Regime Jurídico da Urbanização e Edificação, Decreto-Lei n.º 555/99 de 16 de Dezembro, com a redacção dada pelo Decreto-Lei n.º177/2001, de 4 de Junho, relativo ao Estabelecimento Hoteleiro – Hotel de 4 estrelas, que se pretende construir na Estrada Nacional n.º4, km12 – Avenida Garcia de Orta, Freguesia de Afonsoeiro, Concelho de Montijo.
A integração do edifício no local e na região, tendo em conta os aspectos de natureza arquitectónica e paisagística:
Topografia:
Trata-se de uma parcela que possui na sua totalidade 4.982,35 m² caracterizada por uma configuração trapezoidal, tendo um desnível de aproximadamente 2,80 m de Sul para Norte e de Nascente para Poente.
É confinada a Norte pela Avenida Garcia da Horta, cujo perfil de arruamento está definido, a Nascente pela Avenida Eng.º Duarte Pacheco, a Sul e a Poente por espaços verdes e Edifícios de Habitação Colectiva.
Preexistências:
A parcela possui uma preexistência edificada destinada a sala de dança. Trata-se de um imóvel erigido na segunda metade do século XX, depurado e com uma linguagem racional, sóbria e equilibrada, de carácter utilitário, despojado e praticamente desprovido de erudição, sem qualquer valor patrimonial relevante. O imóvel em causa será alvo de demolição.
Envolvente:
O lugar onde se pretende intervir caracteriza-se essencialmente por ser uma zona com característica urbanas onde se consubstanciam urbanizações e as suas edificações recentes em número muito relevante, cujo desenho urbano prevê as cedências para espaços verdes de utilização colectiva e para os equipamentos de utilização colectiva. A parcela de terreno em causa confronta a Sul e a Poente com um dos espaços verdes atrás referidos.
Estas novas construções situam-se, quer a Norte quer a Sul, e em quase toda a extensão da Avenida Garcia de Orta, eixo viário principal do Concelho confinante com a parcela de terreno em causa.
Paralelamente à Avenida Garcia de Orta designadamente a Sul, estão a ser construídos diversos edifícios de habitação colectiva cujo piso térreo será dotado de estabelecimentos de comércio/serviços.
É assim, uma zona cuja maioria das edificações, têm menos de 5 anos e são dotadas na sua envolvente de espaços verdes, espaços públicos, parqueamentos, servidas por boas infra-estruturas, sem actividades insalubres, poluentes ou causadoras de eventuais prejuízos das condições naturais, paisagísticas, culturais e sem eventuais zonas de protecção ou outras servidões.
É assim uma zona servida por boas infra-estruturas, sem actividades insalubres, poluentes ou causadoras de eventuais prejuízos das condições naturais, paisagísticas e culturais.
Trata-se de um território de elevada importância arquitectónica, social e cultural, que configura um dos espaços públicos que mais tem sofrido uma evolução positiva nos últimos 10 anos, afirmando-se já hoje como uma nova centralidade da cidade de Montijo.
Enquadramento territorial da proposta: O pedido de licenciamento que se apresenta, diz respeito à pretensão do requerente em construir um edifício classificado no grupo Hotel com a categoria de 4 estrelas, dotado de 5 pisos + cave. A proposta pretende colmatar a ausência, nesta zona, de equipamentos deste género, sendo que, a sua localização confina com a Avenida Garcia de Orta, um dos eixos viários mais importantes da cidade. Por outro lado situa-se perto do acesso ao centro de Montijo a partir da rotunda das “Portas da Cidade”.
A melhoria das acessibilidades sub-regionais, regionais e nacionais provocada pela abertura da Ponte Vasco da Gama e pelas novas vias rodoviárias, vieram permitir uma rápida ligação da cidade de Montijo às principais cidades do país e a Espanha, o que constitui um importante factor de valorização do seu posicionamento geo-económico. Este factor, evidencia-se nos investimentos e desenvolvimento socio-económico do Concelho.
A parcela de terreno em causa dista aproximadamente 15 minutos de Lisboa, utilizando a Ponte Vasco da Gama, encontrando-se igualmente próxima dos eixos viários que efectuarão a ligação com o futuro aeroporto internacional de Lisboa (Ota ou Campo de Tiro de Alcochete), assumindo também assim o presente empreendimento um papel alternativo à oferta hoteleira da Capital.
A cidade de Montijo tem uma diversidade paisagística e natural de inegável riqueza onde são muitos os testemunhos existentes que remontam aos séculos XV e XVI, nomeadamente nos sectores económicos da época: moinhos de maré, marinas de sal, estaleiros de navios, fornos de cerâmica, de cal e de biscoitos, olarias e carvoarias, pesca e agricultura.
Ao nível do património arquitectónico predominam os monumentos religiosos, no entanto outros legados arquitectónicos e artísticos reflectem diferentes aspectos da cultura e história da Cidade.
Realça-se o património arqueológico, a relação com o rio Tejo, com a área de transição entre as planícies aluviais da margem Sul do estuário do Tejo, a planície ribatejana e a vasta peneplanície alentejana, enquanto factores fundamentais na opção de levar a efeito o empreendimento em causa, potenciando-se a valorização turística dos mesmos.
Salienta-se que a construção de um hotel neste local irá certamente contribuir para a criação de postos de trabalho, bem como para o desenvolvimento do território de intervenção.
Considera-se em suma que o empreendimento em estudo se situa em local adequado à sua categoria.
Conceito da intervenção:
Pretende-se que a intervenção se assuma enquanto uma mais valia arquitectónica e urbana, sendo intenção que a mesma seja um importante contributo para a valorização do lugar a intervir. Tal pressuposto torna-se evidente em todos os aspectos do projecto, estando igualmente presente ao contemplar-se uma área de implantação que não esgota os índices máximos previstos no instrumento de ordenamento aplicável, libertando-se terreno para uma utilização semi-pública dos edifícios, onde a construção ao nível do piso térreo não se afirma de modo opressor face ao lugar a intervir.
O conceito subjacente ao projecto e que suportou a concretização funcional/programática e formal da proposta, apoia-se na ideia de oferecer à cidade um edifício de excelência.
A geometria e o partido geral da composição da solução proposta é definida pelos alinhamentos e eixos tirados a partir das construções existentes e previstas confinantes, aos limites do prédio registado, respeitando a malha urbana, a harmonia com a escala envolvente e a legislação em vigor.
A proposta sustenta-se numa ideia morfológica de continuidade do lugar e consequente relação com as preexistências no território sem que, no entanto, seja descurada a contemporaneidade arquitectónica na abordagem ao projecto, pretendendo-se um conjunto emblemático e de forte presença urbana, facilmente identificável como uma unidade hoteleira, marcadamente contemporâneo e elegante.
Parâmetros aplicáveis e enquadramento da proposta no P.D.M. Montijo
Na elaboração do projecto foram considerados as condicionantes urbanísticas e regulamentares para o local, tendo também em atenção as características topográficas e ambientais do lugar. Observando-se as normas gerais e específicas da construção, bem como todos os instrumentos legais aplicáveis.
De acordo com o disposto no Regulamento do Plano Director Municipal do Montijo, publicado na I série – B, do Diário da República, n.º 27 de 1 de Fevereiro de 1997 – (Resolução do Concelho de Ministros n.º 15/97), a parcela de terreno em que propõe intervir está inserida na classe de espaço definida nos termos do mesmo enquanto Espaço Urbanizável, misto, nível i.
Concretização da proposta
Ambiciona-se projectar um edifício dotado de uma gramática de formas equilibradas e com um evidente sentido de unidade, patente nos diversos elementos que o constituem.
Em termos de volumetria e tipologias, o edifício agora proposto compõe-se de 5 pisos destinado a estabelecimento hoteleiro e serviços complementares.
A proposta assenta numa premissa que contempla a criação de um edifício assumido formalmente enquanto um “L” em planta, resguardando a tardoz uma ampla zona complementar lúdica de lazer virada a Sul, que engloba uma piscina, um espaço multidisciplinar, uma esplanada do restaurante e zonas verdes.
As características essenciais da construção no seu aspecto exterior, com indicação dos materiais de construção utilizados
Alçados:
Privilegiar-se-á a utilização do vidro, conferindo-se assim um cunho efectivamente contemporâneo ao edificado, dotando-o de características de leveza e amplitude espacial. Pontualmente a solução construtiva para tal elemento recairá em elementos sem caixilho, recorrendo-se ao sistema de vidro agrafado com fixações pontuais articuladas, tipo “spider glass”.
Todas as restantes caixilharias em alumínio a incluir no edifício serão dotadas de corte térmico.
Por contraponto e numa perspectiva de equilíbrio formal e morfológico, torna-se necessário destacar e afirmar determinados elementos compositivos do conjunto, razão pela qual serão adoptados revestimentos pétreos em situações de excepção volumétrica, tais como as caixas de escadas, ou em casos de contacto com o terreno (embasamento), ligando assim fisicamente o imóvel ao território a intervir.
De salientar igualmente a adopção de uma solução que se reveste de dupla importância, no sentido em que agrega duas “funções” distintas. Trata-se da introdução de painéis fotovoltaicos na frontaria orientada a Sul, cabendo a tal elemento arquitectónico a tarefa de garantir a eficiência energética do edifício recorrendo a um sistema de energia renovável (no caso para iluminação dos corredores de circulação), cumulativamente com a assumpção de uma imagem de forte carácter na leitura da referida frontaria, assumindo um claro imaginário tecnológico e de uma evidente contemporaneidade.
A composição morfológica de alçados assumirá um equilíbrio harmónico de cheios e vazios, pretendendo-se assim a criação de um conjunto de vãos de dimensionamento uniformizado, regrados e alinhados entre si, que privilegiem a criação de grandes áreas em vidro.
Da leitura global do conjunto assumir-se-á uma evidente filiação contemporânea, perfilando as varandas enquanto elementos intervenientes no todo, fazendo-as protagonistas e estruturadoras da morfologia geral do edifício.
Cobertura:
A edificação irá possuir cobertura resolvida através de solução em cobertura plana, constituída por lajes de betão armado, camada de regularização, isolamento térmico camada de forma e impermeabilização.
Arranjos exteriores:
A circulação automóvel envolvente ao conjunto será executada com recurso a pavimento betuminoso, contendo igualmente um estacionamento descoberto em grelhas de enrelvamento não aparentes.
A tardoz e na porção do terreno com orientação solar a Sul (pátio), prevê-se a introdução da piscina que irá contemplar um deck em madeira envolvente à mesma, bem como uma área relvada devidamente enquadrada paisagisticamente com elementos arbóreos de maior porte, introduzindo-se igualmente percursos pedonais que recorrem a pedra calcária, tipo vidraço.
A organização funcional e as características genéricas das instalações públicas, privadas e de serviços, as suas circulações horizontais e verticais e a existência de actividades complementares.
Acessos ao estabelecimento:
O acesso automóvel ao Hotel far-se-á através da Avenida Eng.º Duarte Pacheco, prevendo-se uma cedência de parte da parcela para alargamento da mesma.
No que se refere ao acesso a veículos pesados de turismo, o mesmo irá efectuar-se exclusivamente, através da Avenida Garcia de Orta.
O acesso automóvel a executar na Avenida Eng.º Duarte Pacheco garantirá a acessibilidade aos pisos em cave, quer para estacionamento, quer para cargas e descargas a efectuar igualmente nos pisos enterrados.
O acesso pedonal principal executar-se-á aproximadamente a meio da fachada Norte (virada para a Avenida Garcia de Orta).
O acesso pedonal de serviço irá situar-se no extremo Nascente do edifício.
Piso em cave (-2):
Caberá a este piso a comunicação entre serviços situados nas extremidades do “L”. Compõe-se de comunicações verticais, horizontais e arrumos. Este piso será utilizado apenas pelo pessoal de serviço.
Piso em cave (-1):
Contemplará estacionamento automóvel com capacidade para 45 lugares de parqueamento, uma zona complementar para salas de reuniões/conferências com os respectivos espaços de apoio (instalações sanitárias, recepção/bengaleiro), bem como uma zona de serviços que incluirá diversas valências de auxílio ao funcionamento do estabelecimento, designadamente economato, zonas de armazenagem, balneários para funcionários, áreas técnicas, câmaras frigorificas para serviço ao restaurante, lavandaria/rouparia, tratamento lixos, etc.
Salienta-se que relativamente à lavandaria a mesma terá apenas a função de ser um serviço complementar ao hotel, funcionando unicamente em situações excepcionais, visto que todo o serviço de lavandaria será garantido por uma empresa exterior especializada que fará o fornecimento e gestão em causa.
No que se refere ao tratamento os lixos, os mesmos serão geridos igualmente por uma entidade exterior, não sendo necessário recorrer aos serviços Municipais para o efeito.
Piso térreo (0):
Exteriormente ao nível do piso de entrada o estabelecimento incluirá, para além da circulação automóvel, 26 lugares de estacionamento descobertos, bem como a já referida zona de pátio a tardoz destinada a áreas de lazer com uma piscina.
O referido pátio exterior terá também uma zona multidisciplinar que poderá servir o restaurante, somente enquanto esplanada ou eventualmente para cocktails, e/ou simplesmente como zona de estar.
Interiormente neste piso localizar-se-ão as zonas de utilização comum, nomeadamente a zona de entrada com a recepção/portaria, o bengaleiro e o depósito de bagagens, bem como as cabines telefónicas privativas do hotel.
Em termos de espaços complementares e de lazer, incluir-se-á uma zona de estar que complementa um bar, instalações sanitárias com separação por sexos, restaurante com comunicação directa para o exterior e um “spa”.
O restaurante está pensado de modo a ter vista panorâmica sobre a piscina e o jardim no logradouro, propondo-se o mesmo com capacidade para 60 lugares sentados tendo uma sala de refeições com125,15 m², possuindo ainda instalações sanitárias com separação por sexos, sendo as mesmas independentes do estabelecimento.
O bar situado perto do restaurante constitui um contraponto a todo o espaço mais fluído da zona de entrada no estabelecimento, que inclui ainda a distribuição para as zonas acessórias. O referido bar não tem uma capacidade fixa definida de um modo rígido, já que existe uma zona de estar com lotação para 20 pessoas adjacente ao mesmo.
A zona complementar destinada a “spa” possui diversos gabinetes para massagens/tratamentos, bem como ginásio, sauna, balneários e instalações sanitárias.
As zonas de serviço (sala pessoal, coluna serviços, etc.) com as dependências gerais conjecturadas na actual legislação em vigor estão previstas para o piso térreo no corpo do “L” situado a Nascente, na proximidade dos serviços relacionados com cozinha e apoios à mesma que são contíguos ao restaurante, podendo se necessários complementarem-se na cave.
Pisos elevados (1, 2, 3 e 4):
Ao nível dos pisos elevados pretende-se materializar as unidades de alojamento, propondo-se um total de 122 unidades, perfazendo-se igualmente 204 camas duplas/20 camas individuais. As citadas unidades de alojamento serão equipadas com o conjecturado na legislação em vigor.
Circulações:
Todo o edifício será dotado das respectivas circulações comuns, quer horizontais, quer verticais, sendo certo que as últimas incluirão escadas interiores e exteriores, bem como equipamentos mecânicos para transporte de pessoas (elevadores).
As referidas circulações comuns dispor-se-ão no edifício em número adequado face ao preceituado na legislação aplicável, destacando-se o distanciamento mínimo de 35 metros previsto na Portaria n.º 1063/97 de 21 Outubro (segurança contra incêndios).
Equipamento:
O estabelecimento irá contemplar todo o equipamento mínimo convencionado na legislação aplicável, sendo certo que no que concerne ao mobiliário e à decoração dos espaços, os mesmos serão alvo de um projecto específico de interiores. O referido projecto pautar-se-á por uma premissa contemporânea, privilegiando o design, com os desejáveis níveis de conforto para uma instalação com a qualidade como a que se pretende.
Classificação:
O grupo, a categoria e a classificação pretendidos para o empreendimento são os seguintes:
– Grupo: Hotel;
– Categoria: 4 estrelas;
– Classificação: 4 estrelas.
A indicação das soluções adoptadas, de modo a permitir a utilização das instalações por clientes com deficiências motoras
O projecto prevê, que o acesso à entrada principal do estabelecimento (piso térreo) seja efectuado mediante o rampeamento de passeios com inclinações que permitam a deslocação das pessoas com mobillidade condicionada a uma galeria, implantada paralelamente ao alçado principal (Norte) a partir da cota exterior de acesso.
O elemento arquitectónico citado possuirá dimensão transversal livre de 1,20 m, será coberto e devidamente enquadrado por uma galeria.
A referida solução proporciona assim o acesso ao interior do empreendimento a qualquer utilizador com mobilidade condicionada.
Interiormente a solução recairá na utilização de meios mecânicos de elevação (elevadores), que tornarão acessíveis todos os pisos do edifício a partir do piso térreo.
Solução adoptada para as infra-estruturas
As infra-estruturas necessárias à construção apoiar-se-ão nas existentes no local, nomeadamente da rede de águas, rede de gás, rede de esgotos, rede eléctrica e rede de telefones.
De modo geral respeitar-se-á a respectiva legislação em vigor.
A indicação sumária de todas as instalações técnicas a adoptar, designadamente do sistema de climatização e aquecimento de água, indicando quais os combustíveis utilizados e a sua forma de depósito.
Climatização:
O projecto contemplará um sistema de climatização com recurso a sistemas de ar condicionado, ficando os respectivos aparelhos (chillers) localizados na cobertura do edifício, devidamente dissimulados e enquadrados no conjunto.
Zonas a climatizar:
Serão equipados com sistema de climatização ambiente, os seguintes espaços:
Gabinetes; Salas de reuniões; Zonas sociais; Spa; Quartos;
Para além dos espaços atrás referidos serão equipados com sistema de Ventilação os seguintes espaços:
Instalações Sanitárias; Balneários/Vestiários; Arrecadações; Salas de arrumos e salas técnicas.
Pretende-se com o sistema supra referido dotar os espaços constituintes do empreendimento das necessárias infra-estruturas de climatização e ventilação ambiente de modo a criar condições adequadas de conforto e salubridade.
Em termos de filosofia de sistemas aplicados tem-se:
Aplicação de ventiloconvectores alimentados a água, para todos os quartos, com sistema a 4 tubos (possibilidade de arrefecimento e aquecimento simultâneo durante todo o ano), com ligação para ar novo pré tratado, de acordo com a ocupação e a QAI requerida.
Para as zonas de serviços administrativos, optar-se-á pela mesma solução aplicada nos quartos, podendo-se tirar assim partido da existência de um sistema centralizado a água, com todos os benefícios energéticos que daí advêm.
A zona do Spa terá condicionamento de ar dedicado, prevendo-se o controlo das condições de temperatura e humidade interiores.
Na zona da cozinha deverá considerar-se a instalação de uma hotte do tipo compensada ou de um sistema de tectos ventilados, de acordo a disposição dos elementos e equipamentos que a irão compor também com a capacidade necessária para alojar os caudais necessários.
Assim, o sistema previsto para este sistema inclui um grupo produtor de água refrigerada e um grupo produtor de água quente, que alimentarão as unidades de tratamento de ar novo, de tratamento de ar e os ventiloconvectores. A filosofia por detrás desta concepção assenta nos dois vectores base da nova regulamentação, a eficiência energética e a qualidade do ar interior.
Para o cálculo das necessidades de ventilação dos parques subterrâneos foram considerados os valores presentes no Decreto-Lei relativo aos parques subterrâneos, Decreto-Lei n.º 66/95 de 9 de Abril
Climatização dos quartos e gabinetes:
A correcção da temperatura ambiente nestes espaço será efectuada através de unidades terminais ventiloconvectoras a água, com termostato ambiente, que efectuarão o arrefecimento/aquecimento dos espaços, mantendo-os a temperatura óptima para o conforto desejado, evitando diferenças de temperaturas prejudiciais à integridade dos ocupantes. Todo o ar será filtrado, garantindo-se uma eficiência de filtragem de cerca de 90%. Estas unidades receberão também ar novo pré tratado proveniente da UTAN.
Climatização da zona de SPA:
A zona de SPA será tratada por uma unidade de tratamento de ar, com capacidade para controlar a temperatura e humidade interiores, está prevista a aplicação de sistemas de recuperação de calor, permitindo assim que parte da energia perdida por evaporação de água seja aplicada para apoio ao aquecimento da água da piscina do SPA.
Climatização das zonas sociais:
As zonas sociais serão climatizadas, ou por intermédio de unidades ventiloconvectoras, aplicando-se uma solução semelhante à prevista para os quartos, ou directamente por unidades de tratamento de ar, tendo em conta as dimensões dos espaços e os seus requisitos térmicos e de QAI.
Climatização das Sala de Reuniões:
A correcção da temperatura ambiente neste espaço será efectuada através de um sistema apoiado em unidades de tratamento de ar, prevendo-se o controlo de vários modos de funcionamento, por via das características previsíveis para utilização do espaço, como: arrefecimento, aquecimento e free-cooling.
Climatização da zona de serviços:
A correcção da temperatura ambiente nestes espaços será efectuada através de ventiloconvectores, aplicando-se uma solução idêntica à prevista para os quartos.
Produção de água refrigerada e aquecida:
A produção de água refrigerada será feita através de um grupo produtor de água refrigerada com condensação a ar (2 tubos), eléctrico, localizado em Área Técnica, sendo fornecida água refrigerada a 7ºC com ΔT 5ºC. Pelas características do edifício previu-se um sistema de recuperação para apoio ao aquecimento de águas sanitárias, este sistema poderá funcionar em conjunção com um campo de colectores solares para o mesmo efeito. A água aquecida será produzida na central térmica, composta por duas caldeiras a gás, sendo fornecida água aquecida a 80ºC com ΔT 20ºC.
Ar novo e renovação de ar:
O “Ar Novo” será captado através de aspiração directa das unidades de tratamento de ar novo “U.T.A.N.” equipadas com registo de admissão, secção de filtragem gravimétrica e opacimétrica, bateria de água fria e bateria de água quente, com as respectivas alhetas protegidas com pré-lacagem anti corrosão, com elevada resistência à corrosão para ambientes próximos do mar.
A introdução de ar novo nos espaços climatizados a partir da UTAN, será efectuada por intermédio do sistema de condutas exclusivo para esse efeito.
Ventilação/desenfumagem do estacionamento:
Para a ventilação da zona de estacionamento, será instalado (na cobertura) um p style=”text-align: justify;”>Ventilador de extracção, preparado para funcionar com fumos com temperatura até 200 ºC durante 2 horas, de duas velocidades e outro de insuflação com ar exterior, que terá uma só velocidade.
Os ventiladores estão ligados a sistema de distribuição equipado com grelhas que asseguram a distribuição homogénea do ar exterior e de exaustão de gases viciados através de grelhas.
A escolha do regime de funcionamento dos sistemas de ventilação adequado às situações indicadas anteriormente deverá ser efectuada, automaticamente através de comando do quadro eléctrico adequado, a partir de ordem da Central de Detecção de Incêndio, ao referido quadro eléctrico ou por comando accionado manualmente a partir do quadro eléctrico já referido.
A instalação de detecção de CO que serve o Piso do Parque deverá possuir sensores distribuídos de forma uniforme em toda a extensão de cada piso, cobrindo uma área não superior a 400 m²/detector.
No caso de incêndio o controlo de fumo é o que decorre do regime de ventilação de extracção, que movimenta o caudal de 600 m³/h por veículo no piso sinistrado. O accionamento das Instalações de ventilação para efeito de controlo de fumo deverá ser realizada automaticamente por activação da instalação de detecção automática de incêndios existente nos piso do estacionamento, que ordenará ao quadro eléctrico o arranque dos sistemas, conforme representado nos esquemas dos quadro eléctrico.
Aquecimento de águas:
O aquecimento das águas irá ser efectuado por intermédio de sistema de gás natural canalizado a instalar no edifício.
Energias renováveis:
Em termos de energias renováveis, irá recorrer-se aos painéis fotovoltaicos que já se referiram anteriormente (iluminação dos corredores de circulação), bem como a painéis solares a instalar na cobertura para aquecimento de águas sanitárias.
Regulamento Municipal de Urbanização e Edificação
O projecto foi elaborado no sentido de se enquadrar com a totalidade das indicações contidas no Regulamento Municipal de Urbanização e Edificação – publicado no apêndice n.º 18, da II Série do Diário da República n.º 36 de 20 de Fevereiro de 2006.
O projecto a licenciar irá cumprir a dotação mínima de estacionamento estabelecida no Artigo 33.º, como se expõe:
– 1 lugar / 100 m² área bruta de construção: 71 lugares.
O edifício irá garantir a acessibilidade de pessoas com mobilidade condicionada ao seu interior, a partir das entradas principais”…